Em excesso, os triglicérides causam infarto, AVC, pancreatite e outros problemas. Saiba como evitar, diagnosticar e tratar esse problema silencioso.
O que são os triglicérides?
São a principal molécula de gordura que circula pelo corpo. Elas viajam pelo sangue, e também são responsáveis pela nossa reserva de energia. Mas, em excesso, estão associados a diferentes problemas cardiovasculares e à pancreatite. Ajustes na alimentação e, eventualmente, o uso de remédios entram no tratamento das altas taxas de triglicérides. Não há sintomas claros do problema.
A maior parte dos triglicérides é produzida pelo próprio fígado. O restante vem através de alimentos ricos em carboidratos e gordura. “O valor considerado normal na circulação é abaixo de 175 mg/dl, sem jejum”, informa a nutricionista Regina Pereira, do departamento de Nutrição da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
Quais as causas de triglicérides alto?
Além da genética, os principais fatores por trás dos níveis elevados são uma dieta rica em carboidratos e gordura e a ingestão de bebida alcoólica. Ao serem engolidos, esses itens promovem a produção da substância pelo organismo. Daí porque pessoas com alterações nesses índices devem ficar de olho no consumo de pães, massas, doces…
“Certos medicamentos, como corticoides, isotretinoína [o famoso Roacutan] e alguns anticoncepcionais e antirretrovirais também aumentam os triglicérides”, acrescenta Regina.
No mais, há doenças que promovem o aumento dos triglicérides. O hipotireoidismo, por exemplo, diminui o ritmo de quebra dessas moléculas, o que faz elas se acumularem na corrente sanguínea. A insuficiência renal também contribui para altos níveis da substância.
A obesidade está associada a triglicérides elevados. No entanto, pessoas magras também sofrem com o problema.
Quais as complicações das altas taxas de triglicérides?
Sem cuidados adequados, esse problema afeta o sistema cardiovascular como um todo. O excesso de triglicérides contribui para o entupimento de de vasos sanguíneos, o que pode culminar em infarto e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Há ainda uma relação com o aumento da pressão arterial.
No mais, os triglicérides têm potencial para bloquear dutos no pâncreas. Com isso, geram um quadro de pancreatite aguda, que causa dor intensa e exige hospitalização. Há risco de complicações severas.
Como se não bastasse, existe um elo entre concentrações altas de triglicérides e a esteatose hepática, também chamada de gordura no fígado. Sem tratamento, o quadro leva inclusive ao câncer.
Quais são os sintomas e como é feito o diagnóstico?
Trata-se de um problema silencioso — muitas vezes, o primeiro sintoma é algum dos desfechos que mencionamos antes. Daí porque os profissionais de saúde recomendam fazer testes de tempos em tempos para verificar suas taxas.
O diagnóstico é simples: basta um exame de sangue para detectar o problema. A partir daí, o médico aprofunda a investigação para ver o que está por trás da condição — e o que pode ser feito para contê-la.
Qual é o tratamento?
Regina lembra que mudanças de estilo de vida, sempre orientada por um expert, são especialmente importantes nesse contexto. Elas envolvem:
Restrição de bebida alcoólica
Aumento do consumo de fibras
Não adicionar açúcar em qualquer tipo de bebida
Diminuir a ingestão de fontes de carboidrato, e verificar a de gorduras
Praticar exercícios
Suplementos de ômega-3 também são considerados, dependendo da dieta do paciente e de suas taxas.
Como evitar o aumento dos triglicérides?
Tirando os remédios, a prevenção é bem parecida com o que acabamos de abordar. Valorize uma dieta equilibrada e a prática de exercícios físicos frequentes. O controle na ingestão das bebidas alcoólicas também é fundamental.
Cabe destacar ainda a necessidade de tratar enfermidades que fazem os triglicérides se acumularem na circulação, como é o caso do hipotireoidismo.
Fonte: VEJA Saúde.
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