O que é o mieloma?
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer do sangue que tem início na medula óssea. A doença afeta células de defesa do organismo chamadas plasmócitos. No momento da diferenciação celular, surge um erro e elas se tornam plasmócitos anormais.
As células anormais podem se aglomerar e formar tumores tanto dentro ou fora do osso. Quando existem vários grupos de plasmócitos, a doença é chamada mieloma múltiplo.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) não possui estimativas da incidência da doença no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, o mieloma é uma doença que afetam principalmente pessoas idosas.
Mais de 90% dos casos ocorrem após os 50 anos, com idade média ao diagnóstico de 70 anos. No Brasil, a ocorrência da doença parece se dar mais cedo, sendo de 60 anos a idade mediana dos pacientes ao diagnóstico.
O avanço da doença pode levar ao comprometimento da produção das outras células do sangue. Por isso, os pacientes podem ter anemia e ficam sujeitos a infecções.
Além disso, os plasmócitos cancerosos também produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina. As células doentes também podem afetar os ossos, causando dores e fraturas espontâneas.
As manifestações clínicas mais comuns ao diagnóstico são dor óssea, principalmente em tórax e coluna, induzida pela movimentação, déficit motor ou sensitivo, fraturas e insuficiência renal. Os pacientes também podem apresentar sinais de anorexia, náusea, vômitos, constipação e infecções bacterianas recorrentes.
Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, como a idade avançada. Os casos de mieloma múltiplo são um pouco mais frequentes em homens do que em mulheres.
As causas não são totalmente esclarecidas pela comunidade científica, o que leva à inexistência de formas de prevenção. No entanto, recomendações de uma vida saudável, com alimentação rica em verduras, legumes e frutas, pouca carne vermelha, não fumar, praticar exercícios regularmente e não abusar de álcool contribuem para reduzir os riscos do câncer.
Diagnóstico e tratamento do mieloma
Exames específicos de sangue e de urina são usados para diagnóstico, definição da evolução da doença e acompanhamento do tratamento.
Os testes avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. A punção de medula também pode ser pedida. Biópsias nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles são exames complementares para diagnosticar o mieloma, além de exames de imagem.
Após o diagnóstico, os médicos realizam exames para determinar o estágio da doença, chamado tecnicamente de estadiamento. A análise permite definir se o câncer afetou ou não outras partes do organismo, como gânglios linfáticos ou outros órgãos.
Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a doença, mas permitem que o paciente tenha saúde e qualidade de vida por longos períodos. Pesquisas em andamento buscam medicamentos mais eficazes e específicos.
A escolha do tratamento depende de diferentes fatores, como a presença de sintomas, a idade e condição de saúde, como outras doenças.
Algumas vezes, o paciente de mieloma múltiplo é apenas acompanhado, sem fazer tratamento. Entre as opções terapêuticas estão a quimioterapia e a quimioterapia seguida de transplante de medula. Já a radioterapia é usada em pacientes com mieloma múltiplo que têm dor nos ossos ou que tiveram ossos danificados pela doença.
Autor: CNN Brasil
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